Olho o teu espírito amigo,
Voraz e versátil,
Negro espírito,
Com a amizade de uma mãe loba,
Longínqua e doadora ::
Boas coisas vertem,
Por debaixo de teus dotes
Selvagens de loba, tua bondade
Faceira de alquimista-bruxa,
Onde os meus
Diversos meninos,
Doloridos e dionísicos,
Sonham ::
Cada um desses erês
É uma alegria
Marinheira,
Que mama,
Que medra
E que repica,
Como o soar de sinos,
No contato com
Intimidades
Vivas
De teu colo
Perfumado
De leite e ervas ::
Ó mãe marinheira ::
Tudo é lavra para a
Nossa inteligência
Notívaga,
Que nos alimenta,
Como alimentou
Um dia astronaves
Doidas e musicais ::
Lentas,
Vagarosas ::
Compridas ::
Longas ::
Intermináveis
Tranças
De longos
Cabelos,
Como as costuras
De uma sinfonia
Mítica sobre os
Sertões brasileiros ::
Componho uma
Coroa de flores
Para coroar
Nossas cabeças ::
Cabeças com ruídos
Sonoros de lembranças
Revolucionárias ::
Nelas, está tudo feito
A ferro ::
A ferro e sal ::
Estou na densidade bíblica
Da tua negra saia ::
E sou doente
Como uma sabedoria
Oriental, cheia
De enigmas
E pobrezas
Sobre
O Ocidente,
Os deslizes,
E os cruzamentos
Da história ::
Há o soar de cachoeiras ::
Há a docilidade de frutas
Crescidas ao calor de
Manhosas ribeiras ::
Experimento de tua dor
Com minha boca
Poética ::
E toda vez que te
Adorno, para
Te adorar em um pedestal,
Como que a barriga
De uma lua cheia
E grávida,
Confundindo a todos
Com seus segredos,
Me atordoa de
Martírios,
De maneira física,
Mas angelical,
Sagrada ::
Me belisca
O olhar,
Me coloca de
Joelhos ::
Nunca faço
O suficiente
Por te merecer ::
E nessa falta,
Intuo a necessidade
De mais estudos,
De mais floreios,
De mais belos ou
Escandolosos
Solos de guitarra ::
Subvertendo
O chão desse país
Escandaloso,
Te entrego minha
Vida e minha morte ::
Ninguém mais arriscaria
Tanto ::
Ninguém mais teria
Tanta ventura,
Ou tanta sorte ::
Na cabana em que
Vivemos, está
Tudo organizado
E nítido :: as levas
De coisas
Assadas ao forno,
Florzinhas
De bebês,
Incensos,
Literatura
Para os casais
Em chamas
:: a tua fronte
Já não esconde
Uma cabeça branca,
Lá adiante,
E é essa ardorosa
Visão que me
Atemoriza e
Me fascina
::
Sou eu
A poderosa
Lança do amor,
De origem
Africana,
Em busca
De relações
Mais pacíficas
E concretas,
Entre tudo
E entre todos,
Que façam
Juz à serenidade
De teus
Voluptuosos mistérios ::

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