dois pÁssaros no mesmo lugar
somos duas chAmas que não se apagam, o sonho e uma mão que alimenTa :: o mar legítimo reforçado em seu mistério :: blog da produção poética de marcuS para sílVia ::
domingo, 10 de setembro de 2023
sábado, 18 de março de 2023
segunDa
múltiplas
sábado, 11 de março de 2023
●○
○●
na hora
densa
de abóbora,
a ventania
serena de oyá
categoricamente
colheu
oitavas
épicas
e doces
búfalas
com
selvagem
trino
espalharam
jovial
euforia
○■
eparrêia
minha
bonita
rainha
alma
parte de
maria,
forte furacão
●■
teu bordado
nada ingênuo
faz a hora
boa
da parteira,
com teu
jeito
amável
no uso de
chás,
temperos,
matricárias,
e nasce
assim
teu tempero
de moça,
sempre
sonhando
cocares,
espelhos,
ira densa,
os colares
mais chiques,
aves
nacionais
ou indígenas
■■○■
eparrêia, iansã
○○○
teus pés
captam
no chão
seios
e frutos
dourados
enquanto
essências
de um eu-mundo,
de um
pensar
obscuro
da terra,
sabem a admiradas
serventias
na colina,
cozinhando
um olhar
de arraial,
riachos e
mata fresca
○○
naturalmente,
eu viajo
em teu
saber
de fita
e laço
e rosa
amarela,
um saber
oceânico
com concha
no cabelo,
palha de ouricuri
e genipapo,
em flagrante
alegria viajo
por tua
verve
com tons
de
vermelho
e motes
que vão
de santas
bárbaras
a enamoradas
a borboletas
■○
eparreia, oyá
●●●
tens o giro
em ti
da delícia
divina
com primeiras
pimentas,
em tua
sensibilidade
guarani,
tens o
que me encanta,
e um cuidar
perfeito
por sobre
os difíceis
arares
da terra,
meu anjo
torto e
perneta
te encontrou
primeiro
e não
possui
a tensão
de sobrepujar
teu
exército
invencível
○■
antes,
quer
orná-lo
com o êxtase
exacerbado
da lonjura
dilatada
dos homens
de extenso
caboclismo,
amorais
descendentes
do meio
heroico
de menestreis
brasileiros,
com as pazes
feitas
por sobre
as cruzes
e os monturos
da pátria,
na candura
delinquente
e difícil
de todos
os nossos
sertões
poderosamente
escondidos
entre vossos seios ::
●○
■○●
domingo, 10 de outubro de 2021
passo a mão pelos meus pensamentos,
fortalezas imperiais
que me permitem ser de todos,
ser soldado,
o não violento soldado ::
penso na forma juvenil de
meu artístico lema,
do que trago no peito
como um bordado,
livro aberto de krishna,
ardendo com a limpeza
de um beijo,
um água mítica doce
e quente
como o beijo
de uma face
de pedra, indestrutível
pois em permanente
gozo ::
penso no adro e na fortaleza
do cavalgar, na
fertilidade do mênstruo
a reforçar dramáticos
intentos,
reforçar retratos
que representam
as cores de nosso
amor romântico e
casto, fingido e mágico ::
és moça dona de um complexo
caldeirão angélico ::
és bruxa sem sê-lo,
és a natividade dourada ::
e seguro-me no semblante sagrado,
como um anjo profético ::
és pensamento virginal do poeta,
a escrever com autoridade amazônica ::
sombras fazem reflexo, e há uma
escultura humana de carne
em barro ::
somos soltos no pátio,
somos sonho que dEus
não aprisiona ::
somos, enfim,
pássaros a voar
trazendo no bico
um ramo de paz
e geração profética,
gerados
no útero malvado
e bonificado da
mãe-mulher-irmã-filha-guerreira::
essa fortaleza
chama-se mulher ::
somos, enfim,
o meta-momento
trágico, a nova pena
com que se escreve
o sofrimento ::
na alvorada de um novo
volume de razão filosófica,
somos agora sílvia a marcus,
unidos formalmente
pela unção de brasileira voragem
que vai ao infinito e ao fim de
nosso lamento ::
29 ago.
++ brinquedo para o casamento
transforma em brinquedo todas as tuas aflições :: brinquedo para brincar com tua companheira :: alarga
as horas da brincadeira, e abranda as horas de fuga, causadas pelo desespero :: brinca mais, a cada dia
mais, até seres capaz de trazer a ela, todos os dias, um anel delicado escondindo em um ninho, como
essência de teu poema original :: seja esse o padrão do cotidiano, sejam as horas de lavar a cozinha, e o chão,
uma possibilidade de revolução no pensamento, no aconchego dos sentimentos amorosos, na cruza dos
pares, na união matrimonial inteira ao infinito :: depois dorme, e como chocolates, enquanto na alma a penúria
se acalma e uma voz serena nos alimenta de sossego e fantasia :: essas poças líquidas da alma são a fonte do
brinquedo, e nos ensinam a dizer, "menina, eu te amo e em teu laço serei sempre pequeno e tímido, o teu eterno namorado e teu eterno menino" ::
domingo, 2 de agosto de 2020
artísTico
o ser escondido de minha esposa compõe lindos poemas, como esse:
o ser artístico de minha esposa compõe lindos poemas, como esse:
Pega de galho,
Nasce da gema,
Dá na nascente,
Cresce em lua
Nova.
A planta que
Medra,
Arruma lugar.
A flor de botão
Que espia faceira.
Espocam sementes,
Boquinhas carnudas,
Ondas sinuosas,
Trepadeiras.
O cheiro perfumoso
De Dona Guiné,
Defesa de moça donzela,
Arma de Zezé!
Boldo também é cura.
Arruma-se a terra,
Enterra seu pé.
Debaixo das folhas,
Sente bem meu amor,
O cheiro que dá.
A vida que brota,
Caramujos, minhocas,
Decomposição.
A terra úmida
Recebe o grão,
Brota a fartura,
Sonha o pão.
A terra cheirosa,
Prazer de sulcar,
A água que verte,
Sumo que jorrra,
Araçá.
Veja a romã,
Grumada e rica.
Couve que sara,
Traz sorte e riqueza.
A planta que cresce,
Maçanilha, matricária,
Chá de bebê.
Deu flor, é fecunda.
Sorte do quintal,
Onde a semente afunda
Em pote de barro,
Jarro, latinha, brejo.
Sem água não vinga.
Cheiro de chuva,
Tudo cresceu.
Jasmim com botão,
Camélia cheirou,
Enlouqueceu.
Botou cacho, botou flor.
A moça pegou,
Casou,
E reviveu.
terça-feira, 28 de julho de 2020
e nós somos de um
terreiro artisTA ::
te trago em meu bico
de pássaro uns pedacinhos
de sensação agreste ::
umas pedras do deserto,
para encantar o pensamento ::
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os passos da terra me dão tua formosa benzedura :: fruto bom :: bem acabada é a espiga :: insetos, húmus, folhas :: aves de adoração ge...
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olha que coisa mais límpida e mais cheia de partes :: amo, pois, além d cantar, escrever, pintar e cozinhar, é minha noiva :: não tenho m...
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rendo-me aos pÉs da graçA, após sécuLos de violência :: venho agachar-Me perante essa moça, sem agressividade negativA, sem pretensões polic...