sábado, 18 de março de 2023

segunDa

 



olha que coisa
mais límpida
e mais cheia
de partes ::
amo,
pois,
além
d cantar,
escrever,
pintar
e cozinhar,
é minha 
noiva ::

não tenho
muito
dinheiro ::
mas,
com a glória
do senhor deus,
nossa pai,
e a bênção
da cabocla parideira
mítica,
nossa mãe,
tenho arte,
cultura,
inteligência
e bondade
o suficiente
no coração para
nos sustentarmos
com leveza,
no ar ::

estou
sempre
deslumbrado ::
não
me canso
de estudar
e compreender
teus
braços,
tudo o
que eles
com brilho
fazem,
tuas
múltiplas
forças,
teus filhos ::

a super
mulher
que
me exige
o conselho
de forças
anteriores
a tudo
o que
sou 
e faço ::

e hoje,
enquanto
o bRasil
chora
por 
mais um
golpe
em sua
delicadeza
e democracia,
estar
a teu
lado
é estar
blindado,
é ser
o que
finalmente
sou,
um
sósia
do homem
espiritualizado,
amante ::

amplo 
e impressionado,
sou tudo
o que
a floresta
tem
e que
ninguém
entende  ::
socialista,
real,
agrário  ::
sou
um copo,
ou um jarro,
de
sensações
eternas
da vegetação
fugaz,
que a alguns
poucos
é permitido
beber ::
uma vertigem,
uma
brincadeira ::
do xamã,
uma beberagem ::

sou
um
corpo,
que
vem
me 
restituir
a glóRia ::
sempre
homem,
um super
homem ::
de iansã,
uma
docilidade,
um casamento ::
 contigo,
quero casar-me,
por causa
de teu
magnífico
semblante
de mãe,
moça,
menina,
namorada
em sua
juventude,
gata,
bonita,
jeitosa,
faceira ::

mulher
que apita,
perfil
intenso e
perturbador,
como
nos dia de hoje
convém,
a inspirar
futuras
gerações
muito
menos
degradáveis
pela
gravidade
de tudo  ::



sábado, 11 de março de 2023


 






●○

○●

na hora

densa

de abóbora,

a ventania

serena de oyá

categoricamente

colheu

oitavas

épicas

e doces

búfalas

com

selvagem

trino

espalharam

jovial

euforia

○■

eparrêia

minha

bonita

rainha

alma

parte de

maria,

forte furacão

●■

teu bordado

nada ingênuo

faz a hora

boa

da parteira,

com teu

jeito

amável

no uso de

chás,

temperos,

matricárias,

e nasce

assim 

teu tempero

de moça,

sempre

sonhando

cocares,

espelhos,

ira densa,

os colares

mais chiques,

aves

nacionais

ou indígenas 

■■○■

eparrêia, iansã

○○○

teus pés

captam

no chão

seios

e frutos

dourados

enquanto

essências

de um eu-mundo,

de um

pensar

obscuro

da terra,

sabem a admiradas

serventias

na colina,

cozinhando

um olhar

de arraial,

riachos e

mata fresca

○○

naturalmente,

eu viajo

em teu

saber

de fita

e laço

e rosa

amarela,

um saber

oceânico

com concha

no cabelo,

palha de ouricuri

e genipapo,

em flagrante

alegria viajo

por tua

verve

com tons

de

vermelho 

e motes

que vão

de santas

bárbaras

a enamoradas

a borboletas

■○

eparreia, oyá

●●●

tens o giro

em ti

da delícia

divina

com primeiras

pimentas,

em tua

sensibilidade

guarani,

tens o

que me encanta,

e um cuidar

perfeito

por sobre

os difíceis

arares 

da terra,

meu anjo

torto e

perneta

te encontrou

primeiro

e não

possui

a tensão

de sobrepujar

teu

exército

invencível

○■

antes,

quer

orná-lo

com o êxtase

exacerbado

da lonjura

dilatada

dos homens

de extenso

caboclismo,

amorais

descendentes

do meio

heroico

de menestreis

brasileiros,

com as pazes

feitas

por sobre

as cruzes

e os monturos

da pátria, 

na candura

delinquente

e difícil

de todos

os nossos

sertões 

poderosamente

escondidos 

entre vossos seios ::

●○


■○●

domingo, 10 de outubro de 2021


 

passo a mão pelos meus pensamentos,

fortalezas imperiais 

que me permitem ser de todos,

ser soldado,

o não violento soldado ::

penso na forma juvenil de

meu artístico lema,

do que trago no peito

como um bordado,

livro aberto de krishna,

ardendo com a limpeza

de um beijo,

um água mítica doce

e quente 

como o beijo

de uma face

de pedra, indestrutível

pois em permanente

gozo ::

penso no adro e na fortaleza

do cavalgar, na

fertilidade do mênstruo

a reforçar dramáticos

intentos, 

reforçar retratos

que representam

as cores de nosso

amor romântico e

casto, fingido e mágico ::

és moça dona de um complexo

caldeirão angélico ::

és bruxa sem sê-lo,

és a natividade dourada ::

e seguro-me no semblante sagrado,

como um anjo profético ::

és pensamento virginal do poeta,

a escrever com autoridade amazônica ::

sombras fazem reflexo, e há uma 

escultura humana de carne

em barro ::

somos soltos no pátio,

somos sonho que dEus

não aprisiona ::

somos, enfim,

pássaros a voar

trazendo no bico

um ramo de paz

e geração profética, 

gerados

no útero malvado

e bonificado da 

mãe-mulher-irmã-filha-guerreira::

essa fortaleza

chama-se mulher ::

somos, enfim,

o meta-momento

trágico, a nova pena

com que se escreve

o sofrimento ::

na alvorada de um novo

volume de razão filosófica,

somos agora sílvia a marcus,

unidos formalmente

pela unção de brasileira voragem

que vai ao infinito e ao fim de

nosso lamento ::


29 ago.


++ brinquedo para o casamento

transforma em brinquedo todas as tuas aflições :: brinquedo para brincar com tua companheira :: alarga

as horas da brincadeira, e abranda as horas de fuga, causadas pelo desespero :: brinca mais, a cada dia

mais, até seres capaz de trazer a ela, todos os dias, um anel delicado escondindo em um ninho, como

essência de teu poema original :: seja esse o padrão do cotidiano, sejam as horas de lavar a cozinha, e o chão,

uma possibilidade de revolução no pensamento, no aconchego dos sentimentos amorosos, na cruza dos

pares, na união matrimonial inteira ao infinito :: depois dorme, e como chocolates, enquanto na alma a penúria

se acalma e uma voz serena nos alimenta de sossego e fantasia :: essas poças líquidas da alma são a fonte do

brinquedo, e nos ensinam a dizer, "menina, eu te amo e em teu laço serei sempre pequeno e tímido, o teu eterno namorado e teu eterno menino" ::


terça-feira, 30 de março de 2021

domingo, 2 de agosto de 2020

artísTico




o ser escondido de minha esposa compõe lindos poemas, como esse:

o ser artístico de minha esposa compõe lindos poemas, como esse:

Pega de galho,
Nasce da gema,
Dá na nascente,
Cresce em lua
Nova.
A planta que
Medra,
Arruma lugar.
A flor de botão
Que espia faceira.
Espocam sementes,
Boquinhas carnudas,
Ondas sinuosas,
Trepadeiras.
O cheiro perfumoso
De Dona Guiné,
Defesa de moça donzela,
Arma de Zezé!
Boldo também é cura.
Arruma-se a terra,
Enterra seu pé.
Debaixo das folhas,
Sente bem meu amor,
O cheiro que dá.
A vida que brota,
Caramujos, minhocas,
Decomposição.
A terra úmida
Recebe o grão,
Brota a fartura,
Sonha o pão.
A terra cheirosa,
Prazer de sulcar,
A água que verte,
Sumo que jorrra,
Araçá.
Veja a romã,
Grumada e rica.
Couve que sara,
Traz sorte e riqueza.
A planta que cresce,
Maçanilha, matricária,
Chá de bebê.
Deu flor, é fecunda.
Sorte do quintal,
Onde a semente afunda
Em pote de barro,
Jarro, latinha, brejo.
Sem água não vinga.
Cheiro de chuva,
Tudo cresceu.
Jasmim com botão,
Camélia cheirou,
Enlouqueceu.
Botou cacho, botou flor.
A moça pegou,
Casou,
E reviveu.

terça-feira, 28 de julho de 2020

a sabedoria é interestelar,
e nós somos de um
terreiro artisTA ::


te trago em meu bico
de pássaro uns pedacinhos
de sensação agreste ::
umas pedras do deserto,
para encantar o pensamento ::