passo a mão pelos meus pensamentos,
fortalezas imperiais
que me permitem ser de todos,
ser soldado,
o não violento soldado ::
penso na forma juvenil de
meu artístico lema,
do que trago no peito
como um bordado,
livro aberto de krishna,
ardendo com a limpeza
de um beijo,
um água mítica doce
e quente
como o beijo
de uma face
de pedra, indestrutível
pois em permanente
gozo ::
penso no adro e na fortaleza
do cavalgar, na
fertilidade do mênstruo
a reforçar dramáticos
intentos,
reforçar retratos
que representam
as cores de nosso
amor romântico e
casto, fingido e mágico ::
és moça dona de um complexo
caldeirão angélico ::
és bruxa sem sê-lo,
és a natividade dourada ::
e seguro-me no semblante sagrado,
como um anjo profético ::
és pensamento virginal do poeta,
a escrever com autoridade amazônica ::
sombras fazem reflexo, e há uma
escultura humana de carne
em barro ::
somos soltos no pátio,
somos sonho que dEus
não aprisiona ::
somos, enfim,
pássaros a voar
trazendo no bico
um ramo de paz
e geração profética,
gerados
no útero malvado
e bonificado da
mãe-mulher-irmã-filha-guerreira::
essa fortaleza
chama-se mulher ::
somos, enfim,
o meta-momento
trágico, a nova pena
com que se escreve
o sofrimento ::
na alvorada de um novo
volume de razão filosófica,
somos agora sílvia a marcus,
unidos formalmente
pela unção de brasileira voragem
que vai ao infinito e ao fim de
nosso lamento ::
29 ago.
++ brinquedo para o casamento
transforma em brinquedo todas as tuas aflições :: brinquedo para brincar com tua companheira :: alarga
as horas da brincadeira, e abranda as horas de fuga, causadas pelo desespero :: brinca mais, a cada dia
mais, até seres capaz de trazer a ela, todos os dias, um anel delicado escondindo em um ninho, como
essência de teu poema original :: seja esse o padrão do cotidiano, sejam as horas de lavar a cozinha, e o chão,
uma possibilidade de revolução no pensamento, no aconchego dos sentimentos amorosos, na cruza dos
pares, na união matrimonial inteira ao infinito :: depois dorme, e como chocolates, enquanto na alma a penúria
se acalma e uma voz serena nos alimenta de sossego e fantasia :: essas poças líquidas da alma são a fonte do
brinquedo, e nos ensinam a dizer, "menina, eu te amo e em teu laço serei sempre pequeno e tímido, o teu eterno namorado e teu eterno menino" ::
Nenhum comentário:
Postar um comentário